sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ditador argentino é condenado a 15 anos por crimes de lesa-humanidade 29/12/2011


reynaldo bignone
Bignone no julgamento desta quinta. Ditador teve três condenações recentes por crimes contra a humanidade | Foto: Telam
Da Redação
O último ditador do regime militar argentino (1976-1983), Reynaldo Bignone, foi condenado a 15 anos de prisão nesta quinta-feira (29), por crimes contra a humanidade. A condenação pelo Tribunal Oral Federal 2 de Buenos Aires se deve a prisões ilegais cometidas no centro clandestino de detenção “El Chalet”, dentro de um hospital da Força Aérea argentina na capital do país.
Esta é a terceira pena recebida pelo ditador. Em 2010, Bignone foi condenado a 25 anos de prisão pelas violações aos Direitos Humanos cometidas no Campo de Mayo, outro centro clandestino de reclusão e extermínio, quando era Comandante de Institutos Militares. Em abril de 2011, foi sentenciado a prisão perpétua pela repressão ilegal perpetrada entre julho de 1982 e 1983, quando presidiu o país. O repressor, que vai completar 84 anos no início de 2012, continuará em regime de prisão domiciliar.
Nesta quinta-feira (29), o Tribunal Oral Federal 2 também condenou a oito anos de prisão domiciliar o ex-chefe da Brigada Aérea de El Palomar, Hipólito Rafael Mariani, e a 13 anos Luis Muiña, integrante de um grupo da Força Aérea argentina conhecido como “Swat”. Os três foram acusados por sequestros ilegais, “aplicação de tortura” e homicídios. As condenações, no entanto, excluíram os assassinatos, o que decepcionou militantes dos direitos humanos e familiares de vítimas da ditadura presentes à sessão.
O Hospital Alejandro Posadas foi invadido e ocupado pessoalmente por Bignone, com o uso de tanques e helicópteros. Na operação militar, o diretor do local, Julio Cesar Rodriguez Otero foi capturado, e sua residência, anexa à instituição e conhecida como “Chalet” (chalé) foi utilizada como um centro clandestino de reclusão, tortura e extermínio de prisioneiros políticos. Hoje, o chalé abriga a sede de uma Comissão de Direitos Humanos e é um “sítio de memória”.
Com informações do Opera Mundi

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