sábado, 26 de maio de 2012

'Queda de investimento estrangeiro não preocupa e vai se normalizar" 25.05.12



O economista e ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto afirmou hoje que a queda no investimentos estrangeiro direto (IED) e especulativo no Brasil não é motivo de preocupação. "Isso é normal. Da mesma forma que vai, isso volta", disse ele, ao deixar seminário em comemoração ao dia da indústria em Sertãozinho, no interior do Estado. Dados preliminares do Banco Central (BC) referentes ao mês de maio mostram queda na entrada de investimento produtivo, saída de estrangeiros da bolsa e redução da oferta de crédito para empresas no exterior. De acordo com o ex-ministro, o aumento na inadimplência para financiamento de veículos, que subiu a 5,9% em abril, conforme aponta pesquisa do BC publicada hoje, também não é motivo de preocupação.Já as intervenções do governo no mercado cambial para segurar a alta do dólar foram consideradas "ótimas" pelo ex-ministro. "O governo tem de entrar de novo quando precisar, pois tem um leque muito grande", afirmou Delfim, em referência às reservas cambiais do País.Durante a palestra, o ex-ministro considerou a situação econômica mundial delicada, e "muito grave" a crise europeia, com ameaça da saída da Grécia da zona do euro. Delfim avalia que se a Grécia deixar o bloco europeu haverá um custo brutal para a economia europeia, com ameaças à democracia daquele país. "É preciso o mínimo de racionalidade nessa situação", explicou Delfim Netto.Por fim, o ministro destacou, na palestra à representantes da indústria sucroalcooleira, a perda de diálogo entre o setor e o governo federal, iniciada no começo de 2011 após o disparo dos preços do etanol por falta de oferta do biocombustível.O presidente interino da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que o relacionamento entre as duas partes já foi retomado. "O presidente do nosso conselho (Pedro Parente) e a ministra Gleisi (Hoffmann, da Casa Civil) retomaram diálogo para a formação de uma agenda de longo prazo para avaliar o que o governo espera para a matriz energética até 2020. Não para avaliar problemas pontuais", disse Padua.

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