sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Argentina dá sinais de estatização do setor elétrico 24/08/2012

Governo convocou uma reunião com empresários da área nessa sexta. Há ainda rumores de aumento de tarifas


Marina Guimarães, da Agência Estado
BUENOS AIRES - O vice-ministro de Economia da Argentina, Axel Kicillof, convocou os empresários do setor elétrico para uma reunião nesta sexta-feira. Há rumores de estatizações de empresas distribuidoras de energia elétrica e de aumentos nos preços das tarifas de eletricidade, segundo apurou a Agência Estado com fontes do mercado. De acordo com uma fonte, um dos boatos do mercado é de que a Companhia Administradora do Mercado Atacadista Elétrico (Cammesa), organismo oficial que administra o mercado elétrico, poderia absorver a Transportadora de Energia (Transener), empresa distribuidora e geradora de energia de alta tensão que é controlada pela Pampa Holding, grupo que também controla a distribuidora Edenor.

Também se comenta que a Edenor poderia ser estatizada, já que está no alvo do organismo regulador do setor, Enre, desde o final do ano passado. A agência acusa a Edenor por dívidas insustentáveis e prestação de serviço deficiente. Desde maio, em plena convulsão pelo efeito da estatização de 51% da YPF, que o mercado comenta sobre os riscos de estatizações no setor elétrico. Na reunião de hoje, estarão representantes das geradoras de energia Endesa, AES e Sadesa; as distribuidoras de alta tensão, Transener e Transba, e as distribuidoras aos consumidores, Edenor, Edesur e Edelap.
Os boatos de estatização envolvem ainda a companhia distribuidora de gás, a Metrogas. Os empresários têm expectativa de que o governo anuncie, nos próximos dias, um aumento de preços do gás e demais combustíveis, segundo disse à AE, a presidente da Federação de Empresários de Combustíveis, Rosario Sica. "Tivemos um aumento de 300% no gás que compramos e é claro que o governo terá de autorizar o repasse desse aumento ao consumidor", explicou. Com as tarifas dos serviços praticamente congeladas e subsidiadas desde 2001, as distribuidoras de eletricidade e de gás afirmam que suas finanças estão estranguladas porque a alta de custo não é compensada pelas tarifas, nem pelos subsídios.

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