sexta-feira, 17 de agosto de 2012

EUA aumentam de forma notável a venda de armas 17/08/2012



Os Estados Unidos venderão este ano quantidades de armas equivalentes a mais de US$ 50 bilhões, graças à conversão este ano da Arábia Saudita em país que mais compra armas da indústria bélica americana.




Dados da Agência de Cooperação de Segurança e Defesa dos EUA indicam que as vendas de material bélico do país para o exterior no ano fiscal de 2012 totalizarão US$ 51,6 bilhões de dólares. Isso será possível mediante um contrato de compra de 84 aviões de combate Boeing F-15 SA e a modernização de outros 70 aparelhos, pela Arábia Saudita, no valor de US$ 30 bilhões.
A lista de compradores também inclui o Japão, com a aquisição de 42 caças multifuncionais de quinta geração F-35 por US$ 10 bilhões. Os aviões de combate, helicópteros de transporte e ataque, sistemas de comando, comunicações e reconhecimento, além de veículos aéreos não-tripulados estão entre os principais itens das demandas dos compradores de armas.
Em março deste ano o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri), indicou que entre os principais compradores de armas estão vários Estados asiáticos. Os cinco maiores exportadores mundiais seguem nas mesmas posições, encabeçados pelos Estados Unidos, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido, que totalizaram 75% das vendas totais no período de 2007 a 2011.
Durante o ano-fiscal de 2011 o valor das exportações militares estadunidenses chegou a US$ 32,9 bilhões de dólares. A Alemanha, que desbancou a França do terceiro posto, vendeu 37% mais, tendo a Grécia como seu maior cliente.
No quinquênio de 2007 a 2011 o comércio mundial de armas cresceu 24%, comparado com o período anterior, quando o aumento foi de 22%, segundo o Sipri.
A notícia só confirma a política de um peso e duas medidas utilizada pelo governo americano, que se anuncia como defensor da democracia, apoia manifestações populares contra regimes totalitários pelo mundo e ao mesmo tempo Washington autoriza vendas bilionárias de armas e equipamentos para controle de protestos para esses mesmos regimes, como o reino da Arábia Saudita.
Um relatório do Departamento de Estado sobre assistência militar, publicado em 8 de junho, afirma que o governo aprovou U$44,28 bilhões em carregamentos e armas para 173 nações no último ano. Entre elas, há lugares onde há fartos relatos de violações de direitos humanos, como Emirados Árabes, Catar, Israel, Djibouti, Honduras, Arábia Saudita, Kuwait e Barein.
“Nós vamos continuar a pressionar e defender a venda de armas dos Estados Unidos”, disse Andrew Shapiro, Secretário Assistente da Secretaria de Assuntos Político-Militares do governo americano, em coletiva de imprensa sobre a exportação de armas em junho.
“Estamos esperançosos de que as vendas para a Índia aumentem. Fizemos grande progresso nessa relação na última década”. Segundo ele, na última década, as vendas de armas para a Índia saltaram de “quase zero” para U$8 bilhões.
A visão da Secretaria para Democracia, Direitos e Trabalho sobre a Índia é bem diferente. Em maio, esse departamento emitiu um relatório sobre o país em que registrava: “abusos policiais e das forças de segurança, incluindo assassinatos extrajudiciais, tortura e estupro. Corrupção generalizada em altos níveis do governos”. Além de “desaparecimentos, condições precárias nas prisões que eram frequentemente ameaças para a vida, prisões e detenções arbitrária”.
Vendas para os Emirados Árabes no valor de U$ 2,4 bilhões foram aprovadas enquanto o Departamento de Estado afirmava que o país estava violando liberdades políticas fundamentais.
Vendas totalizando U$ 1,7 bilhão foram aprovadas para o Catar, país que carece de meios de comunicação independentes e restringe a liberdade de reunião. Por fim, vendas que somam U$ 1,39 bilhão foram aprovadas para Djibouti, país que, segundo o Departamento de Estado americano, assediou, abusou e prendeu críticos do governo.
Israel é também um dos maiores clientes da indústria bélica americana, deixando nos cofres dos EUA U$1,4 bilhão ao ano em armas de fogo, equipamentos toxicológicos (como gás lacrimogêneo), mísseis, foguetes, torpedos, veículos blindados, aeronaves e munição. E as forças armadas israelenses utilizam esse arsenal sem nenhuma cerimônia na ocupação do território palestino.
Israel, segundo o próprio governo americano, comete violações de direitos humanos. “Ataques terroristas contra civis; discriminação institucional contra cidadãos Árabes – em questões particulares de acesso à habitação e oportunidades de emprego; e discriminação social e violência doméstica contra mulheres. ONGs continuaram a criticar práticas de detenção consideradas abusivas, como isolamento, privação de sono, ameaças de interrogatório a familiares e demolição de suas casas”. O relatório, no entanto, é letra morta dentro da política do governo em relação aos crimes cometidos contra os palestinos.
  Portal Vermelho, com agências

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