terça-feira, 25 de setembro de 2012

Espanha: Mais de 60 ficam feridos e 26 são presos em protesto em Madri 25/09/2012


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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O protesto contras as medidas de austeridade do governo espanhol em frente ao Congresso em Madri, que reuniu mais de 6.000 pessoas, já resultou em 26 pessoas detidas e outras 60 feridas, entre elas, 27 policias. O protesto, que começou como um ato pacífico, pede a renúncia do presidente de governo e a convocação de novas eleições parlamentares.
Segundo a agência France Presse, durante a manifestação os policiais atiraram balas de borracha para dispersar a multidão. Os choques entre a polícia e os manifestantes duraram várias horas. No início da madrugada desta quarta-feira (horário local), a Praça Netuno, próxima ao Congresso, seguia ocupada por centenas de pessoas.
Também houve protestos em outras cidades, como Barcelona e Palma de Mallorca. Em demonstração de apoio, dezenas de pessoas se concentraram em frente às embaixadas da Espanha em capitais europeias como Paris, Londres e Amsterdã.
O governo mobilizou 1.300 policiais para conter a manifestação. O Ministério do Interior também bloqueou todas as ruas próximas ao Congresso, que trabalhou normalmente.

Protesto na Espanha

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Sergio Perez/Reuters
Manifestante é preso pela tropa de choque espanhola durante protesto em frente ao Parlamento espanhol, em Madri
A líder do governista Partido Popular, María Dolores de Cospedal, irritou representantes sindicais e de outras forças políticas ao comparar a iniciativa de cerco ao Congresso com os atos de 23 de fevereiro de 1981, quando aconteceu uma tentativa de golpe de Estado na Espanha, nos primeiros anos da democracia.
O ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, defendeu o direito da manifestação, mas disse que chegar a um confronto com a soberania nacional representaria "uma agressão ao sistema democrático".
Enquanto ocorria o protesto em Madri, em Barcelona, ao grito de "ladrões" e "culpados", cerca de 500 manifestantes se concentraram em frente ao parlamento regional da Catalunha, onde criticaram os deputados e membros do governo local
CRISE
Os protestos acontecem em protesto contra as medidas de austeridade tomadas pela equipe do presidente de governo Mariano Rajoy para alcançar as metas de rigidez orçamentária pedidas pelo Banco Central Europeu.
Além da pressão local, o governo espanhol ainda enfrenta a possibilidade do pedido de um resgate financeiro, devido aos juros maiores pagos para conseguir recursos no mercado.
Madri emitiu mais títulos nesta terça, com aumento de juros em curto e longo prazo. Na captação, foram obtidos € 3,983 bilhões (R$ 9,16 bilhões), com vencimentos em três e seis meses. Também subiram as taxas no prazo de dez anos.
O país deve alcançar a meta de deficit público de 6,3% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e 4% em 2013 e, para isso, fez cortes em áreas estratégicas, como saúde, educação e programas sociais, para garantir o alvo pedido pela União Europeia.
Cerca de 24,6% da população espanhola está desempregada, o maior número da Europa, e o país está em recessão, registrando queda de 0,4% do PIB no segundo trimestre deste ano.
Mesmo com as medidas, quatro das 17 regiões autônomas --Catalunha, Andaluzia, Valencia e Murcia-- pediram resgate ao fundo espanhol, em um valor que supera os € 12 bilhões (US$ 15 bilhões).
Nesta terça, a Andaluzia ampliou seu pedido feito em agosto, passando de € 1 bilhão para € 4,9 bilhões.
A diminuição da atividade econômica também causou efeitos negativos nos bancos, que precisaram de uma ajuda financeira do BCE em junho, que pode chegar a € 100 bilhões.

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