segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Rússia constrói submarinos com a China 24/12/2012








Amur 1650, China, frota naval
submarino Amur 1650

A empresa russa Rosoboronexport assinou um contrato-quadro com a China sobre a projeção e construção conjuntas de quatro submarinos convencionais do projeto 677E (Amur 1650) para a Marinha do Exército de Libertação Popular (ESP). O contrato, que custa cerca de dois biliões de dólares, poderá ser assinado não antes de 2015, comunica o jornal Kommersant.

Destino difícil do novo submarino
A construção do primeiro submarino do projeto 677 para a Força Naval da Rússia começou em 1997. Passaram 13 longos anos antes de o navio ter sido entregue à Marinha em 2010. Ao mesmo tempo, o B-585 Sankt Peterburg (nome do novo submarino, São Petersburgo em português) está sendo  explorado até hoje em regime experimental por causa de defeitos construtivos ainda não eliminados.
As potencialidades do submarino são bastante altas. No fundo, para sua utilização de pleno valor, são necessárias uma instalação energética contemporânea com AIP (Air-independent propulsion), que aumenta o tempo de permanência em imersão, e um sistema hidroacústico de última geração. Segundo as informações disponíveis, os problemas hidroacústicos já são resolvidos, enquanto os energéticos devem ser resolvidos durante o próximo ano. Tal permitirá acabar a construção de mais dois submarinos – Kronstadt e Sevastopol – já em forma modernizada. Não é de excluir que o submarino principal do projeto também seja modernizado, quanto chegar a altura de sua reparação.
Ao mesmo tempo, as caraterísticas hidrodinâmicas do submarino, a profundidade da imersão, armamentos e outros parâmetros encontram-se a um nível bastante alto, o que predeterminou o interesse por parte de clientes estrangeiros, inclusive da China.
Interesse chinês
Tal como em muitos outros setores, a frota submarina da China foi desenvolvida com base em tecnologias soviéticas/russas. Tendo recebido da URSS no fim dos anos 50 alguns submarinos de projetos 613 e 633 de primeira geração de pós-guerra, cuja construção licenciada foi organizada na China, o país começou a construir seus próprios navios com base nestes projetos. Os submarinos de projetos 033 e 035 continuam a fazer parte da Força Naval do Exército de Libertação Popular da China (na China, diferentemente de outros países, a Marinha não é um ramo independente das Forças Armadas).
Nos anos de 1998 – 2006, a China recebeu submarinos russos de terceira geração. Dez submarinos do projeto 636 entraram em composição da Força Naval, completando submarinos chineses de novo tipo Song (projeto 039). Contudo, a China deparou com problemas no desenvolvimento de navios de quarta geração: segundo as informações disponíveis, novos submarinos de tipo Yuan (projeto 041) podem ser  facilmente descobertos pelo inimigo. Por outro lado, a China tem dificuldades na manutenção de submarinos de construção russa em disposição combativa com suas próprias forças.
Deste modo, a China optou por um projeto estrangeiro por necessidade. Mas nenhum país ocidental está disposto a conceder à China tecnologias de construção de submarinos. A Rússia é o único fornecedor real. Ao mesmo tempo, o possível fornecimento de submarinos contraria menos os interesses russos em comparação com um potencial contrato de fornecimento de caças. A reprodução de submarinos contemporâneos é um processo muito dispendioso e duradouro. Na altura em que a China conseguir reproduzir independentemente o projeto 677, este processo já não terá sentido.
Contudo, o reforço da Força Naval da China é objetivamente vantajoso para a Rússia, na mesma medida em que tal preocupa o Japão e os Estados Unidos.

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