sexta-feira, 26 de abril de 2013

Putin diz que Ocidente apoiou terroristas chechenos no passado 26/04/2013


O presidente russo comentou o atentado em Boston durante programa de televisão


 
  O presidente russo, Vladimir Putin, participa de programa de televisão em Moscou nesta quinta-feira Foto: AP


O presidente russo, Vladimir Putin, lamentou nesta quinta-feira, ao comentar o recente atentado de Boston (Estados Unidos) perpetrado por dois chechenos, que os países e veículos de imprensa ocidentais tenham apoiado no passado os terroristas do Cáucaso Norte.
Putin afirmou que por vezes "de forma direta e em outras indiretamente" os países ocidentais deram seu apoio informativo, financeiro e político aos radicais islâmicos do Cáucaso Norte. "Sempre me indignou quando nossos parceiros ocidentais, e também os veículos de comunicação ocidentais, qualificavam como 'rebeldes' e quase nunca como terroristas os nossos terroristas (do Cáucaso), que cometiam brutais, selvagens e sangrentos crimes por todo o país", asseverou o líder do Kremlin, em um programa de TV em que respondeu perguntas de cidadãos do país.

O presidente russo manifestou sua esperança de que o atentado de Boston, que deixou três mortos e mais de 170 feridos, aproxime as posturas da Rússia e dos Estados Unidos na luta contra as ameaças comuns. "Simplesmente faço um apelo para que essa tragédia nos aproxime para que nos enfrentemos juntos às ameaças comuns, entre elas o terrorismo", ressaltou. "Se nós realmente juntarmos os nossos esforços, não vamos permitir esses ataques e sofrer perdas desse tipo."
Putin apontou que frequentemente o discurso do Ocidente sobre a ameaça comum do terrorismo fica apenas em declarações. "Sempre dissemos que não se deve se limitar a fazer declarações, mas cooperar mais estreitamente. Agora, esses dois criminosos (os irmãos Tsarnáev, acusados de atentar em Boston) demonstraram que nossa tese é correta", assinalou.

Ao mesmo tempo, o presidente russo criticou alguns políticos americanos por sugerir que o suposto terrorista sobrevivente, Dzhokar Tsarnaev, devesse ser internado no centro de prisioneiros de Guantánamo (Cuba).
"A que despropósito chegamos? Alguns políticos dos EUA, não seu governo, dizem que o criminoso que sobreviveu deveria ser declarado prisioneiro de guerra. Ficaram loucos. Como prisioneiro? Por acaso voltou a guerra civil entre o Norte e o Sul? Dizem tolices e loucuras", afirmou Putin.
Stalinismo

Putin, que respondeu perguntas sobre múltiplos assuntos, disse também que não há qualquer elemento que recorde a época stalinista em sua forma de governar a Rússia, apesar de enfatizar que o país precisa de "ordem e disciplina".
"Considero que não há qualquer elemento stalinista. O stalinismo está vinculado ao culto à personalidade, às violações em massa da legalidade, às repressões e aos campos de detenção. Não há nada disso na Rússia", respondeu Putin, antes de fazer um adendo. "Mas isso não significa que não se necessite de ordem e disciplina".
Com informações adicionais da agência AFP

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