quarta-feira, 26 de junho de 2013

No Planalto, sindicalistas prometem greve dia 11 26/06/2013

247 – O temor manifestado pelo ex-presidente Lula a representantes das centrais sindicais, em reunião na semana passada, está se materializando. No dia 11 de julho, o Dia Nacional de Luta com Greve e Mobilização deve unir as cinco centrais sindicais, tendo a frente a CUT e a Força Sindical. Por motivos diferentes, elas não podem ficar fora da onda de protestos, ainda que a data marcada esteja, para a velocidade dos acontecimentos, distante, e não haja previsão de adesão a atos já programados. A CUT, ligada ao PT, está no movimento para não perder a característica histórica de sair às ruas em agitações de massa. A Força tem feito franca oposição ao governo e considera a oportunidade estratégica para ganhar espaço.
A presidente Dilma Rousseff reuniu-se com os presidentes das centrais na manhã desta quinta-feira 26, e nem tentou demovê-los da iniciativa. Objetivamente, numa reunião considerada fria pelos participantes, Dilma convidou as centrais a enviarem perguntas para serem selecionadas no plebiscito que o governo pretende promover, segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, já no mês de agosto.
Ainda não se sabe se haverá espaço real no plebiscito para a pauta sindical, considerada díspare de uma reforma política, mas desde já as centrais estão prontas a apresentar suas bandeiras. A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais é um consenso entre os dirigentes das diferentes bandeiras. O fim do fator previdenciário e a imposição de medidas de restrição à terceirização de mão de obra também. Melhoria nos transportes coletivos não deverá ficar de fora.
"À medida em que abriu esse espaço para as centrais, a presidente está deixando claro que vai aceitar incluir nossas reivindicações na consulta sobre a reforma política", afirmou ao 247 o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Haverá uma reunião entre os sindicalistas na tentativa de unificar as propostas em três questões.
Não há previsão, fora do dia 11, para uma manifestação sindical específica. Os sindicalistas olham a situação com extremo cuidado, considerando que os trabalhadores são o setor da sociedade que mais tem a perder com uma eventual desestabilização política ou piora no quadro econômico. Afinal, os índices de emprego têm desenhado uma curva de alta nos últimos oito meses, à exceção de maio. Apesar disso, dados da produção industrial e da tomada de empréstimos para financiamentos de máquinas e equipamentos no BNDES, em alta, indicam que os atuais níveis de 5,5% de desemprego apontado pelo BNDES irão continuar oscilando nessa faixa.

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