Do O Globo
Os premiados. Da esquerda para a direita: Daniel, Fábio, Larissa, Luís Fernando e Allan Divulgação
RIO - A equipe brasileira conquistou duas medalhas de prata e três de
bronze na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na
sigla em inglês), disputada em Vólos, na Grécia. Este foi o melhor
desempenho do país na competição, que terminou neste domingo (4).
Os medalhistas de prata foram Daniel Mitsutani (São Paulo) e Luís
Fernando Valle (Guarulhos). E os bronzes ficaram com Fábio Kenji Arai
(São Paulo), Allan dos Santos Costa (Bauru) e Larissa Fernandes de
Aquino (Recife). Os líderes foram os professores Eugênio Reis (Museu de
Astronomia e Ciências Afins, MAST) e Gustavo Rojas (Universidade Federal
de São Carlos, UFSCar).
Fábio, Larissa e Luís Fernando já são veteranos em torneios de
conhecimento no exterior. Na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e
Astronáutica (OLAA), do ano passado, na Colômbia, as duas estudantes
foram prata. Já Arai levou a menção honrosa na última IOAA, sediada no
Brasil, em 2012.
Antes de embarcarem para a Grécia, os estudantes tiveram dois
treinamentos intensivos com professores e astrônomos na cidade de Passa
Quatro (MG). O programa foi dividido em grupos de estudos, oficinas de
atividades e observação do céu noturno, com instrumentos e de maneira
panorâmica, a olho nu. A equipe aprendeu a fazer análises de dados
astronômicos e lidar com ferramentas estatísticas, como, por exemplo,
média, desvio padrão, média ponderada e propagação de erros, além de
trigonometria esférica.
Os jovens também contaram com um planetário móvel cedido pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para que se
familiarizassem com as constelações do Hemisfério Norte, por meio de
projeção. Também aprenderam a montar e a manusear um telescópio
equatorial do mesmo modelo que teriam que lidar na Grécia e fizeram
simulados das provas, incluindo as das competições passadas e tiveram
lições de ciências espaciais.
Segundo o professor João Canalle, coordenador nacional da Olimpíada
Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), o resultado vem da soma
dos esforços dos alunos participantes e dos professores que contribuíram
para oferecer treinamento e incentivo aos jovens.
- As medalhas também mostram nossa evolução em eventos de
conhecimento no exterior e a necessidade de mais investimentos na
educação para que o país possa se destacar cada vez mais no campo
científico - disse.
Canalle também chama atenção sobre como a iniciativa motiva os estudantes a despertarem o interesse pela astronomia.
- Nossa área é muito carente de profissionais especializados e
dispomos de pouquíssimos professores formados. As olimpíadas científicas
surgem com o objetivo de atrair não só os jovens, mas também os futuros
mestres em astrofísica - explica.
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