domingo, 5 de janeiro de 2014

As dez mais da ciência 05/01/2014

Por: Equipe Oásis
Como em todo final de ano que se respeite, chegou o momento de prestar contas. As feitas pela revista Science a respeito das descobertas científicas mais importantes do ano que termina estão entre as mais abalizadas e esperadas. Entre o sono que restaura as energias, a origem dos raios cósmicos e novas terapias contra o câncer, aqui estão os estudos mais marcantes feitos em 2013
As dez mais da ciência:
A imunoterapia treina o sistema imunológico para que aprenda a atacar as células cancerígenas
A imunoterapia treina o sistema imunológico para que aprenda a atacar as células cancerígenas

1. A imunoterapia contra os tumores. O primeiro prêmio para a área de pesquisa mais útil e promissora toca este ano a uma abordagem totalmente inovadora na luta contra o câncer. A imunoterapia consiste na ativação do sistema imunológico, que normalmente está empenhado na proteção do corpo contra os perigos externos, para que lute também contra as células. A técnica na verdade remete aos anos 80, sobretudo ao trabalho do cientista James Allison, que agora opera na University of Texas MD Anderson Cancer Center di Houston. Ela consiste na manipulação dos linfócitos T (células fundamentais para a resposta imunológica) bloqueando com anticorpos um seu receptor específico, de modo a que essas células respondam contra os tumores, enfrentando-os. Resultados clínicos encorajadores já foram obtidos com esse tratamento na luta contra as metástases de melanoma e contra algumas formas de leucemia, embora ainda subsistam algumas dúvidas quanto aos efeitos colaterais dessa terapia.

2. "Microcirurgia" genética. O segundo lugar toca a uma complexa técnica de manipulação genética chamada CRISPRs (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) que consente intervir com muita precisão em genes de células animais e vegetais, modificando-as, ativando-as ou eliminando-as.


3. O cérebro transparente. Ela se chama "clarity", clareza, e é uma nova técnica de visualização cerebral que permite a observação de pequenas áreas do cérebro (até o momento, do cérebro de ratos) com grande clareza. Removendo a camada de lipídios da membrana celular, que normalmente interfere na passagem da luz, o cérebro aparece transparente aos instrumentos de observação e desse modo o seu estudo se torna muito mais fácil. O vídeo abaixo mostra como funciona a nova tecnologia "clarity".



4. Células tronco de embriões humanos. Uma nova técnica que lança mão, entre outras coisas, do uso da cafeína. Ela permitiu a obtenção de células tronco (células capazes de se diferenciar em qualquer outro tipo de célula humana) a partir de embriões humanos clonados com finalidades terapêuticas. Trata-se de um desafio ligado às complexas implicações éticas que o tema encerra, mas capazes de oferecer novos desenvolvimentos para a cura e a pesquisa de doenças até agora incuráveis.

5. Miniórgãos em proveta. Trata-se de obter, a partir de células pluripotentes, pequenos modelos de órgãos humanos não maiores que um grão de arroz, mas com tecidos extremamente similares aos do nosso fígado, dos nossos rins e do nosso cérebro. Tal feito foi alcançado por pesquisadores do Instituto de Biotecnologia de Viena. Esses estudiosos usaram esses pequeninos órgãos para fazer testes e experimentos, poupando desse modo as cobaias animais.

6. A origem dos raios cósmicos. Um século após a sua descoberta, e graças ao trabalho do telescópio espacial Fermi Gamma-ray, sabemos agora de onde provêm os raios cósmicos. Eles surgem das ondas de choque provocadas pela explosão de estrelas particularmente grandes (supernovas) e das nuvens de gás e de poeiras criadas por esses fenômenos.

7. Energia limpa a baixo custo. No campo das descobertas tecnológicas assinala-se a criação de unidades fotovoltaicas a base de perovskite, mineral econômico e fácil de ser produzido. Tais unidades são capazes de converter em eletricidade cerca de 15% da energia dos raios solares que captam. Elas ainda não alcançaram a eficiência das unidades fotovoltaicas a base de silício, mas o desenvolvimento dessa tecnologia é muito promissor.

8. Dormir é limpar. 2013 foi um ano importante também para as pesquisas sobre o sono. Confirmou-se que durante essa fase da nossa vida o cérebro é "limpo" das proteínas que acumulou em excesso. Esse depósito excessivo de proteínas, como se sabe, pode favorecer o aparecimento de doenças degenerativas como o Alzheimer. Quem faz a limpeza do cérebro é o líquido cerebroespinhal que, durante a noite, flui em toda parte no interior do nosso órgão pensante.

9. As bactérias são nossas aliadas. Os micróbios que povoam o corpo humano desempenham um papel vital na proteção de algumas doenças, para tornar mais eficazes algumas terapias (por causa do seu papel no sistema imunológico) e para responder a situações de desconforto e privação física, como a má nutrição.

10. Vacinas e design. Quando se trata de criar uma vacina, o seu "look" molecular conta muito: a análise da disposição e da estrutura das suas moléculas pode ajudar a criar vacinas com objetivos específicos, como aconteceu no caso do estudo sobre a vacina contra o vírus respiratório sincicial humano, responsável por infecções que atingem milhões de crianças todos os anos.

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